Fragile Love - Meretriz (Roberta Leon)

Meretriz (Roberta Leon)
Minha vida é bem simples, moro em um mini apartamento, minha vida começou a ficar cada dia pior, começando pela escola.
Saia com muitos garotos e esses garotos começaram a fazer propostas de casamento e relacionamento sério, mas sempre soube que isso não é para mim. Depois que me formei sai de casa e vim morar nesta cidade pacata, aqui é muito tranquilo, a taxa de mortalidade é baixa, e tem muitos homens de negócio, empresas e mais.
Antes de levar essa vida que levo eu procurei empregos, procurei em vários desses prédios onde os espelhos são as janelas, procurei por uns quatro meses, então em uma dessas buscas conheci Maria, ela era espetacular, saímos durante alguns dias, e ela me apresentou um cara, não vou falar o nome dele, não quero que vocês o procure.
Mas esse cara, me ofereceu um emprego, ele disse que não era fácil, que tinha que dar muito de mim, que algumas noites seriam consideradas uma das piores da minha vida, ele foi sincero em todos os aspectos.
Então decidi encarar e me vesti de uma forma, se minha mãe me visse daquela forma ela fingiria que não me conhecia, ela me odiaria por aquilo que estava fazendo.
Pisei com o meu salto alto vermelho na guia da calçada, havia outras garotas ali, algumas quase sem roupas, outras garotas desciam de carros de luxo, mas eu estava apenas ali, piscando com meus cílios pesados. Era estranha a sensação que corria em meu corpo. Era divertido também, uma carro de vidros pretos parou na minha frente, olhei para os lados e o vidro se abaixou revelando um turista.
Ele tinha olhos verdes e os lábios carnudos, ele era moreno e estava sem camisa.
Ele me perguntou quanto estava cobrando, olhei para ele e sorri tentando esconder a vergonha dentro de mim.
“Cento e cinquenta dólares”, respondi. Ele destravou a porta e a abriu.
Entrei no carro, aquela noite foi completamente estranha, me senti gelada, sem amor próprio. Acho que é assim que todas que estão na mesma profissão que eu se sente no início.
Já ele era incansável, me virou de um lado para o outro como um açougueiro vira a carne para escolher o melhor lugar para corta-la. Assim que ele gemeu alto no quarto de hotel, ele se deitou ao meu lado e disse que era boa, que era a melhor que ele já teve na cama. Levantei e sorri, fui para o banho e lá chorei. Estava decidido, não faria mais aquilo, de forma alguma.
Era nojento, e não era uma das melhores formas de arrumar dinheiro, podia ter dado mais de mim.
Tenho certeza de que devia ter feito isso. Meu celular tocou do outro lado da porta. Eu o ouvi xingar, corri e peguei o celular atendendo da ligação.
Minha mãe não estava bem, ela dizia para ir vê-la, ela implorou por isso.
Ele me olhou nos olhos e me entregou duzentos e cinquenta dólares e disse que havia merecido a quantia a mais. Me vesti, decidi não espera-lo para me levar, chamei um taxi e de lá fui para a casa da minha mãe.
Ela me falou coisas lindas, disse que me amava, e também disse que não estava bem, ela disse que me amava, e que deveria fazer o melhor para a minha vida. Ela me abraçou forte, tão forte.

Fiquei uns dias com ela e voltei para casa.
Mais uma vez procurei emprego, mas meus currículos eram reprovados, estava ficando sem ter o que comer. Então retomei de onde parei. Comecei a cobrar mais caro pelos programas, e as noites foram ficando mais intensas, os caras faziam fila para me levar a um hotel, em algumas noite me deitava com dois homens ao mesmo tempo. Um deles até disse que tinha uma “boquinha mágica”.
Então parei de ficar dependendo do cara, ele era um folgado que tomava me dinheiro, a maior parte era dele, comecei a entregar meus próprios cartões, chamados de ‘disk prazer’, com dois dias parei de trabalhar com o cafetão.
Foi assim que aluguei um apartamento, não precisava ser grande, precisa me acomodar e as vezes receber rapazes lá. Eu o decorei para ser como um quarto de motel, a cozinha ficava escondida atrás de uma cortina de seda dando visão apenas para a sala e o quarto.
Alguns homens pagavam mais se eu tivesse lugar. A locatária não se importou em transformar aquele apartamento em um cortiço.
Passou um mês desde que havia começado meu próprio negócio, algumas das garotas que trabalhavam com o cara me procuraram e eu garanti empregos para elas. Agora sou como uma chefona do pornô.
E foi uma delas que trouxeram um homem chamado Leandro para dentro da minha casa.
Ele era sorridente e a fazia gemer como uma vaca louca, ele pagava bem, e dizia que apareceria ali outras noites. E ele fez isso, dormiu no apartamento durante um semana, ele não gostava de repetir as meninas, exigia uma garota diferente todas as noites, ele as chamavam de prato principal. Teve noites que ele levava brinquedos e pedia autorização para usa-los.
As meninas não se importavam com aquilo, elas gostavam quando ele levava chicote ou algemas.
Leandro era o tipo típico de um sadomasoquista.
Então ele desapareceu por algumas semanas.
Recebi uma visita do cara neste meio tempo, ele quebrou algumas coisas dentro do apartamento, estava furioso por ter roubado suas garotas, ele disse que iria pagar por aquilo.
Assim que ele saiu meu celular tocou. Leandro queria um encontro para aquela noite, mas não queria ir até o disk prazer.
Ele me enviou o endereço por mensagem de texto.
Olhei na agenda das garotas e todas estavam ocupadas. Fazia tanto tempo que eu não ia para a lida, que decidi ir.
Peguei o taxi e fui para o endereço. Ficava na rua onze, era um prédio, exatamente onde não me contrataram para ser faxineira. Então entrei com um salto vermelho e um vestido até os joelhos, o cabelo vermelho preso com os cachos caídos nos ombros. O porteiro me olhou de cima abaixo quando pedi para ser anunciada. Pegou o telefone e um minuto depois disse que poderia subir. Apertei o botão do elevador e a porta dupla se abriu. Ele não tirou os olhos dos meus peitos enquanto a porta não fechou.
Logo ela se abriu e caminhei olhando para os números nas portas. Parei diante da última porta do corredor e bati três vezes como havia combinado por telefone.
Ele abriu a porta de cueca. Leandro tinha o corpo malhado como as meninas descreveram, ele me puxou para dentro do apartamento e me beijou me envolvendo em seus braços musculosos. Ele me apertava com seus dedos longos e finos e me pressionava contra a parede fazendo-me sentir sua ereção.
Ele falava coisas no meu ouvido, ele era perspicaz com as palavras sádicas. Ele me virou de costas no sofá e levantou meu vestido. Ele abaixou minha calcinha vermelha e mergulhou a língua dentro de mim.
Gemi, ele era voraz. Então ele me virou de frente e me jogou no sofá, abriu as minhas pernas e mergulhou novamente brincando com a boca e a língua cada vez mais rápido.
Eu não sabia que ele podia ser tão bom no que estava fazendo.
Senti seu dedo dentro da minha vagina, rápido e sem pudor.
Ouvi a porta se abrir e uma mulher gritar. Ele se levantou rápido, recolhi minhas pernas e fiquei atrás do sofá sem ver o rosto da mulher que gritava, os dois se afastaram. Ouvi ela gritar novamente e levantei a cabeça para vê-la.
Ela apontava um revolver para ele abaixei novamente, e ouvi o disparo. Ela gritou.
“Vadia”, e disparou duas vezes contra o sofá.
Estava apavorado, ouvi a porta se fechar e fiquei aliviada quando não senti nenhuma parte do meu corpo perfurada por alguma bala de revolver.
Corri e vi Leandro no chão da cozinha, ele havia sido baleado na cabeça, uma poça de sangue se formava a sua volta.
Ouvi a porta se abrir novamente e com ela uma voz diferente.
Me abaixei atrás do balcão da cozinha americana.
Ouvi os passos se aproximando e depois um grito. Me levantei rapidamente e a menina que parecia nunca ter visto alguém morto chorou com a mão na boca. Me afastei dela a caminhei até a porta.
“Ai meu amor, o meu amor” ...
Ela falava, ouvi o elevador depois passos na direção da porta. Apaguei as luzes e fiquei à espreita esperando a mulher que atirou em Leandro voltar. Não sabia o que iria fazer, não sabia que pularia nas costas dela e batesse nela. Ou se acertaria algo em sua cabeça. Olhei para os lados e segurei um vaso de vidro que estava próximo a televisão.
Uma mulher alta entrou no apartamento escuro e eu me coloquei atrás dela, Ela viu que a outra mulher chorava e quando a outra gritou ela se virou para trás, não queria que visse meu rosto então a acertei com o vaso de vidro na cabeça fazendo-a desmaiar aos meus pés.
Olhei para ela ali no cão e corri. Corri pela escadaria, meus pensamentos estavam me enlouquecendo quando cheguei no terre foi quando fui abordada por um dos policiais que me segurou apenas por estar correndo.

__ Sua história condiz com o que a outra nos disse – disse Jhonny, ele se encurvou para frente se aproximando mais de Roberta – Quem você acha que pode ter feito isso?
Roberta abaixou a cabeça olhando para as algemas que a prendia no mesa. Ela sentiu o vento em sua nuca, respirou fundo...
__ O Cara. Dimdim é como chamam ela nas ruas. Acho que ele mandou alguém para matar Leandro – Roberta levantou a cabeça e olhou nos olhos de Deston – estávamos todas no lugar errado e na hora errada.
__ Você está liberada, Roberta Leon – Disse Tavares surgindo de trás de Deston – só não saia da cidade, queremos evitar alvoroços por conta do caso ainda estar em andamento.
Roberta se levantou e saiu pela porta seguida pelos olhares dos investigadores.
__ Por enquanto está batendo todas as informações – disse Deston – existe essa quarta mulher, mas quem seria ela?
__ Mais uma mulher da vida de Leandro – Tavares se aproximou da mesa e se sentou nela – deveríamos começar a interrogar a outra garota, ver o envolvimento dela com Leandro, já sabemos que ela foi lá para encontra-lo. Mas que homem seria tão burro para marcar um encontro com várias mulheres ao mesmo tempo?
__ E mesmo assim temos que descobrir o nome da quarta mulher. Ela estava armada, abri o arquivo das imagens de segurança do prédio, perguntei ao porteiro, mas ele disse que não anunciou ninguém para aquele apartamento a não ser Roberta Leon.
__ Boa noite rapazes – disse Isabela entrando na sala de interrogatório.
Ela se aproximou vestindo um terno feminino e o cabelo preso em um rabo-de-cavalo.
__ Isabela – disse Tavares se levantando – boa noite.
__ Como estamos indo com o caso ‘Leandro’?
Jhonny se virou para parede evitando olhar para Isabela.
__ Jhonny? – Disse ela.
__ Estamos indo bem, Isabela – Disse ela ainda sem olhar para ela.
Jhonny colocou as mãos nos bolso do jeans e saiu da sala olhando para o lado oposto de Isabela que o seguiu com os olhos. Ela sorriu e se virou para Deston.
__ Tem mais alguma coisa que deveria saber, Deston? – Perguntou ela ainda insistindo no assunto.
__ Temos que interrogar a outra garota ainda, depois vamos para a cena do crime para recebermos a avaliação do legista criminológico.
__ Vou participar do próximo interrogatório. Tudo bem?
__ Sem problemas, Isabela – disse Tavares depois que Isabela olhou para ele.
Jhonny parou na porta ao lado de Rafaela Medalaio.

Roberta entrou no prédio e subiu as escadas indo para seu apartamento. Ela olhou para a porta do apartamento que estava aberta levantou as sobrancelhas, um sentimento de medo e desespero percorreu seu corpo, mas ela preferiu entrar no apartamento que parecia ter sido vítima de um furacão.
__ Boa noite, Roberta.
Roberta saltou para trás assustada. Ela olhou para o homem moreno alto que apontava um revolver em sua direção.

__ Senti sua falta nas ruas – disse Dimdim com um sorriso malicioso nos lábios.

Comentários

  1. Será esse o fim de Roberta? Estou completamente apaixonada por este livro. Amei e estou amando

    ResponderExcluir

Postar um comentário